Marca Inspiram Confiança.

As marcas possuem a capacidade de significar. Cada pequeno ou grande ato de uma marca grava na memória do consumidor um pequeno elo. Um bom conjunto de elos ao longo do tempo se torna uma corrente sólida. Os erros ou defeitos no produto ou serviço desgastam esses elos bem como atitudes positivas reforçam a ligação dessa cadeia. Temos então um consumidor sempre ávido em formar essas correntes em sua memória. Chamamos isso de confiança, uma percepção de integridade e de que promessas serão cumpridas, e mais do que isso, que de forma honesta estará pronta para assumir o controle e recuperar a relação quando essa confiança for quebrada por um erro de gestão ou defeito de produto.

AUDI

Então como o consumidor pode confiar em marcas que nunca consumiu? Sim, ele irá procurar nos elementos visuais, nos textos e nas informações cognitivas já recebidas sobre a marca anteriormente e irá tomar uma decisão mais emocional e menos racional. Nessa busca ele irá procurar marcas com as quais se identifica, pequenos pontos de contato com sua maneira de pensar e ser. Assim começa a se estabelecer a relação de identificação, integridade e inclusão. Logo a marca não é mais de intangível, pois vestindo, usando ou recebendo os serviços ele passa a sentir-se como parte da tribo. Mas essa identificação pode ir além da confiança e tornar-se desejo. Quando isso ocorre as pessoas passam a comprar marcas e não produtos. O símbolo acima da marca Audi, representado por elos entrelaçados é um exemplar perfeito de marca que inspira confiança e desejo. Outro exemplo é olhar para um diamante bruto, o qual poderá se tornar uma ferramenta para cortar vidros ou ser lapidado na sua melhor forma e incrustado numa joia, dotando quem a possui de beleza ou poder. Assim, é o trabalho do criador que influencia e muda essa percepção.

Pequenas marcas tem uma facilidade de conseguir essa integridade já no início de sua história. A paixão do proprietário aliada a um bom criativo, termina em um logotipo e uma identidade visual que inspiram os primeiros desejos do consumidor. Elas possuem também mais tolerância do consumidor e os erros podem ser corrigidos mais rapidamente que nas grandes corporações. Essa proximidade não limita essas marcas de se tornarem desejos, mesmo sem o cliente sair usando uma camiseta com o logo da sua empresa no peito, ele facilmente falará dessa pequena grande empresa para um seleto grupo de amigos. Essas indicações chegam ao ouvinte como um aval, um testemunho de qualidade que garantirá num próximo contato a efetivação da compra. Mas isso se perderá facilmente se esse ouvinte não mais tiver contato com essa indicação, se a marca for de difícil memorização ou mesmo se o logotipo e a identidade visual não corroborarem essa informação.

coca-cola

O trabalho de um designer gráfico é exatamente criar essa interface chamada de logotipo, que com suas cores, tipologias e grafismos, de forma harmônica irá ser o elo principal da corrente. Chamamos de logotipo essa parte gráfica e visual, enquanto a marca inclui o logotipo e toda a identidade visual, perfil e história da marca. Não pensamos em Coca-Cola sem pensar na lata vermelha ou no característico frasco de vidro e quando lembramos da RedBull, já vem à mente os touros, suas cores e os esportes radicais. Pequenas ou grandes, as marcas são essa junção do tangível e do intangível, da confiança e do desejo, permeando nossa rotina e formando uma parte do que somos e como queremos ser vistos.

Alex DallAgnol